BMW F800 R oferece diversão em dois cilindros.

15:29 Posted by Super Motos


Enquanto as japonesas Honda Hornet, Yamaha FZ-6N e Suzuki Bandit apostam na potência dos motores de quatro cilindros para conquistas os fãs de motos naked, a alemã BMW traz para o Brasil como opção a F 800 R, que tem no torque de seu motor de dois cilindros paralelos um de seus grandes trunfos. Além disso, seu assento a apenas 800 mm do chão transmite confiança para pilotar na cidade e usufruir do bom conjunto ciclístico que oferece uma condução fácil para os mais iniciantes e, ao mesmo tempo, emocionante para os mais experimentados.

Claro que cobra no preço mais elevado o fato de ser importada e também a grife da fábrica da Baviera. A versão standard sai por R$ 45.900, e o modelo topo de linha com freios ABS, computador de bordo, aquecedor de manopla, entre outros mimos, custa R$ 51.900. Valores mais elevados que as concorrentes nipônicas.

Fugir da mesmice

Porque então alguém pagaria mais por uma moto com menos cilindros e potência? Boa pergunta! Para fugir da mesmice e se diferenciar da multidão ou ainda para desfrutar do torque e do conforto do motor. A decisão fica por conta do consumidor. Devaneios à parte, o propulsor de dois cilindros, oito válvulas, comando duplo no cabeçote, refrigeração líquida, alimentado por injeção eletrônica oferece torque máximo de 8,77 kgf.m a 6.000 rpm, o maior entre as nakeds de média cilindrada. Na prática o “torcudo” motor garante retomadas rápidas e conforto na pilotagem. Como a 3.000 rotações 80% desse torque está disponível, o motociclista economiza muitas trocas de marchas.

No quesito potência, a F 800 R fica atrás das concorrentes, mas não decepciona. As três últimas marchas do câmbio de seis velocidades são mais longas e foram projetadas para o motociclista aproveitar melhor a potência de 87 cv a 8.000 rpm. O suficiente para levar essa F 800 R acima dos 200 km/h. Mas além dos radares e do bom senso, o vento não vai permitir que você rode nessa velocidade por muito tempo.

Como toda naked, a F 800 R não foi feita para bater recordes, mas para se rodar com conforto seja na cidade ou em uma escapada de fim de semana. Acima de 140 km/h e em altos giros, além do vento as vibrações do bicilíndrico incomodam um pouco – menos que nos modelos anteriores que usavam esse mesmo motor, como a F 800 S.

Fácil de pilotar

O casamento entre o motor bicilíndrico e o quadro de dupla trave superior em alumínio fazem dessa uma moto bastante fácil de pilotar. Ajuda nessa tarefa, a baixa altura do assento (800 mm) que facilita colocar os pés no chão: o que confere mais confiança em qualquer situação.

As suspensões também são dignas de elogios. Apesar de não trazerem especificações excepcionais, fazem seu trabalho no melhor estilo germânico. Prático, sem frescura. Na dianteira, garfo telescópico convencional e, ancorado na balança traseira, um monomortecedor ajustável. Confortáveis e adequadas para se pilotar calmamente ou até para arriscar umas curvas radicais.

Outro ponto forte dessa BMW, assim como de outros modelos da marca é o conjunto de freios. Os eficientes freios a disco com ABS nas duas rodas ajudam os iniciantes e dão mais confiança aos experientes. Pode-se perceber o sistema antitravamento em ação principalmente na roda traseira. Em alguns momentos, até cedo demais ao se pisar no pedal.

Mas no geral, a BMW F 800 R é uma moto bastante divertida de se pilotar e de se admirar. Torque à vontade, banco confortável, bom conjunto ciclístico e um visual bastante radical caracterizado pelos faróis assimétricos. Além dessas qualidades, o som emitido pelo escapamento também soa como música para os ouvidos – bastante grave, instiga a acelerar só para curtir o ronco do motor.

Enfim, essa BMW F 800 R cumpre e bem seu papel de uma alternativa às nakeds japonesas. Pena que o preço ainda seja muito superior às concorrentes, caso contrário, mesmo com menos cilindros e menos potência a F 800 R poderia incomodar as nipônicas de quatro cilindros.

FICHA TÉCNICA – BMW F800 R

MOTOR Quatro tempos, dois cilindros paralelos, quatro válvulas por cilindro, comando duplo no cabeçote (DOHC) e refrigeração líquida. Capacidade cúbica 798 cm³
POTÊNCIA87 cv a 8.000 rpm
TORQUE 8,7 kgm a 6.000 rpm
ALIMENTAÇÃO Injeção eletrônica
CÂMBIO Seis marchas
TRANSMISSÃO FINAL Corrente
PARTIDA Elétrica
RODAS Dianteira e traseira de aro 17”, de liga-leve
PNEUS Dianteiro 120/70 ZR 17; traseiro 180/55 ZR 17
CHASSI Quadro de dupla trave superior em alumínio. Comprimento de 2.145 mm, largura de 905 mm, altura de 1.160 mm, altura do assento de 800 mm a 825 mm e peso em ordem de marcha de 177 kg
TANQUE16 l
SUSPENSÕES Suspensão dianteira: garfo telescópico de 43 mm de diâmetro com ajuste de pré-carga e retorno com 125 mm de curso. Suspensão traseira: balança traseira de alumínio com amortecedor centralizado e 125 mm de curso
FREIOS Dianteiro por disco duplo flutuante de 320 mm com pinça de 2 pistões. Traseiro por disco simples de 265 mm com pinça flutuante de 1 pistão
CORES Branca, laranja e prata
PREÇO R$ 45,90 mil (standard) e R$ 51,90 mil (top)

Triumph Speed Triple 1050i é um hooligan de duas rodas.

15:25 Posted by Super Motos


Quando foi lançada em meados da década de 1990, a Triumph Speed Triple marcou época. Além de fazer sucesso nas telas do cinema, pilotada por Tom Cruise no Filme “Missão Impossível II”, essa naked inglesa trazia um design ousado e o característico motor de três cilindros da fábrica de Hinckley. Seu desenho, caracterizado pelos dois faróis sem carenagem e pela rabeta curta, lembra as streefighters, as nakeds personalizadas bastante comuns na Europa. É do tipo “ame ou odeie”, mas que sem dúvida chama a atenção por onde passa.

Ao longo desses 15 anos, a Speed Triple ganhou motor maior – de 1.050 cm³ - alimentado por injeção eletrônica, porém manteve suas principais qualidades: visual diferenciado e muita diversão para quem a pilota. Grande parte dessa diversão vem do motor tricilíndrico, que é um meio-termo entre a potência exagerada dos quatro-em-linha e o enorme torque dos motores de dois cilindros.

Com 132 cv de potência máxima a 9.250 rpm e torque de 10,7 kgm a 7.550 rpm, o propulsor com duplo comando de válvulas e refrigeração líquida instiga o piloto a acelerar. Basta girar o acelerador com vontade para sentir aquele “soco no estômago” e também para perceber que a roda dianteira insiste em sair com facilidade do chão. No melhor estilo “hooligan” de pilotar.

Entre as 3.000 e as 8.000 rotações, o conta-giros cresce rapidamente, assim como a velocidade. Um motor bastante elástico, mas que com o auxílio da injeção entrega potência de uma forma amigável, porém emocionante.

Brigadora de rua

Fazendo jus ao seu desenho agressivo, a Speed Triple oferece uma posição de pilotagem quase esportiva, não fosse pelo largo guidão de alumínio. Pedaleiras recuadas e peito no tanque, o motociclista fica em posição de ataque. Para atacar curvas fechadas ou abertas sem medo de se divertir.

Afinal, com um chassi tubular de alumínio e menos de 1,5 m de distância entre-eixos, essa inglesa oferece bastante precisão e segurança para contornar curvas. O conjunto de suspensões é bastante firme, com um acerto bem “racing”. Mesmo totalmente ajustáveis, tanto o garfo telescópico, invertido na dianteira, como o monobraço, com um conjunto mola-amortecedor, foram projetados para oferecer desempenho. Assim como o sistema de freios, que garante frenagens bastante eficientes e, em alguns momentos, até bruscas demais.

Também... São dois enormes discos de 320 mm mordidos por pinças Nissin de fixação radial com quatro pistões, na dianteira, e um disco simples de 220 mm com pinça Nissin de dois pistões, na traseira. O suficiente para “estancar” os 189 kg (a seco) dessa naked.

Duas belas rodas de liga-leve, calçadas com pneus radiais de perfil esportivo, completam o excelente e preciso conjunto ciclístico da Triumph Speed Triple. Conjunto que, ao lado do motor, são os pontos fortes dessa inglesa.

A Speed Triple é a companheira ideal para uma estrada sinuosa ou para serpentear entre os carros em uma avenida movimentada. Não é uma moto para longas viagens. Foi feita para aquela escapada com os amigos no final de semana – até porque o espaço existente para a garupa não merece nem ser chamado de assento. Mas se contornar curvas, acelerar e frear para valer fazem o seu gosto como motociclista, essa naked Triumph é uma boa pedida. Até mesmo porque, se compararmos a capacidade do motor e as especificações da Speed Triple com as concorrentes, o preço de R$ 46,9 mil é bastante competitivo.

FICHA TÉCNICA – Triumph Speed Triple

MOTOR Quatro tempos, três cilindros em linha, 12 válvulas, DOHC, com refrigeração líquida, 1.050 cm³
POTÊNCIA132 cv a 9.250 rpm
TORQUE10,7 kgm a 7.550 rpm
ALIMENTAÇÃO Injeção eletrônica multiponto seqüencial
CÂMBIO Seis marchas
TRANSMISSÃO FINAL Corrente
PARTIDA Elétrica
RODAS Dianteira e traseira de aro 17”, de liga-leve
PNEUS Dianteiro 120/70 ZR 17; traseiro 180/55 ZR 17
CHASSIQuadro em dupla trave superior, tubular em alumínio, com comprimento de 2.115 mm, largura de 780 mm, entre-eixos de 1.429 mm, altura de 1.250 mm, altura mínima do solo não divulgada, altura do assento de 815 mm e peso a seco de 189 Kg
TANQUE18 l
SUSPENSÕESDianteira com garfo telescópico invertido Showa com 43 mm de diâmetro totalmente ajustável com 120 mm de curso; traseira com monobraço com um conjunto mola-amortecedor Showa totalmente ajustável com 134 mm de curso
FREIOS Dianteiro com dois discos de 320 mm de diâmetro e pinça de fixação radial Nissin com quatro pistões; traseiro com disco de 220 mm de diâmetro e pinça Nissin de dois pistões
CORESNão divulgadas
PREÇO R$ 46,9 mil

Retrospectiva 2009 sobre duas rodas.

15:21 Posted by Super Motos


Janeiro

O ano de 2009 começou marcado pela entrada em vigor da terceira fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares, o popular Promot 3, que estabeleceu normas mais rigorosas quanto aos níveis de poluição emitidos por motocicletas e outros veículos de duas rodas. A nova regulamentação já estimularia o lançamento de novos modelos que atendessem à lei. Porém, na prática a teoria foi outra.

Alegando prejuízos com a crise financeira mundial, os fabricantes queriam que o Promot 3 fosse prorrogado. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) negou, porém, prorrogou as licenças que permitiam a fabricação de modelos que não atendiam à nova lei. Na prática, a liberação deu na mesma, já que as grandes marcas, exceto a Honda, continuaram a fabricar modelos mais poluentes até 31 de março.

Fevereiro

Em fevereiro, outra polêmica envolvendo o meio-ambiente e as motos. O Programa de Inspeção Veicular criado pela Prefeitura de São Paulo entrou em sua segunda fase em 2009. Com isso em fevereiro, além dos veículos a diesel e dos automóveis (fabricados a partir de 2003), todas as motocicletas licenciadas na cidade (exceto as com motores dois tempos) foram obrigadas a passar pela inspeção, que se limita apenas a verificar a emissão de poluentes. Deixando de lado importantes itens de segurança, como iluminação e freios.

Além de muitos motociclistas não fazerem a manutenção preventiva ou alterarem o sistema de exaustão, os métodos de medição da Controlar, empresa responsável pelo serviço na capital paulista, são diferentes dos métodos usados pelo Ibama para homologar os veículos. “Desconhecemos as razões para os valores estabelecidos para a inspeção em São Paulo”, afirmou à época Moacyr Alberto Paes, diretor-executivo da Abraciclo, associação dos fabricantes do setor de duas rodas.

O resultado foi que grande parte das motocicletas não foi aprovada e outra parcela não realizou a inspeção. Mais uma vez o setor de duas rodas figurou na grande imprensa como vilão do meio-ambiente.

Março

Em março, a Honda surpreendeu a todos e apresentou a CG 150 Mix, a primeira moto bicombustível do planeta. O lançamento, inclusive com repercussão mundial, aconteceu em Manaus (AM) e deixou para trás os concorrentes que alardeavam ter pronto um projeto de moto flex. Equipada com injeção eletrônica, a CG Mix pode rodar com gasolina ou álcool em qualquer proporção – apenas nos locais frios a Honda recomenda a utilização de uma quantidade de gasolina para facilitar a partida a frio.

Em pouco tempo, o modelo tornou-se sucesso nacional e superou as vendas do modelo a gasolina. Diversos testes da imprensa especializada mostravam que, em grande parte dos Estados brasileiros, o motociclista economizaria usando álcool. A montadora japonesa apresentou também a nova NXR 150 Bros, modelo de uso misto, já com a injeção eletrônica de combustível, porém a gasolina. A versão Mix da Bros só chegou ao mercado em setembro.

Abril

As vendas de motos não vinham bem desde o último trimestre de 2008 e também não começaram bem 2009: em fevereiro foram emplacadas pouco mais de 106 mil motos e o primeiro trimestre acumulou queda de 15%. Isso fez com que o governo federal reduzisse de 3% para 0% (zero) a Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) válida para motocicletas de até 150 cc por seis meses. A medida surtiu efeito ao menos no preço sugerido das motocicletas, porém o acesso ao financiamento de motos continuou dificultado pelas exigências das instituições financeiras. Como resultado, este ano o setor de duas rodas deve fechar em queda de 26% em relação a 2008.

Enquanto as motos de baixa cilindrada e grande volume de vendas demonstraram queda nas vendas, os modelos maiores e mais luxuosos tinham bons resultados. Tanto que em abril, a BMW lançou toda sua nova linha de 1.300 cc: a esportiva K 1300 S, a naked K 1300 R e a sport-touring K 1300 GT. Com novos motores, mais potentes, as motos alemãs traziam também muita tecnologia embarcada como freios ABS, controle de tração e assistente eletrônico para subir as marchas sem acionar a embreagem.
Abril também marcou a chegada de mais um modelo importado pela Kawasaki Motores do Brasil: a Z 750, com quatro cilindros que entrou no concorrido segmento de nakeds de média cilindrada para brigar com a Honda CB 600F Hornet, Suzuki Bandit 650 e Yamaha FZ-6N.

Maio

A Yamaha que, erroneamente, manteve o carburador em sua linha de 125cc, acertou ao lançar a nova custom XVS 950 Midnight Star. Com a missão de ocupar o espaço deixado pela Drag Star 650, a Midnight Star trazia injeção eletrônica, design moderno e ares de lançamento mundial, já que havia sido apresentada no Salão de Colônia em outubro de 2008. Mesmo mais caro, o elogiado modelo superava a principal rival, Honda Shadow 750, em diversos quesitos.

Junho

Em junho, a fabricante líder do mercado brasileiro contra atacou em várias frentes. Entrou no segmento de scooters com um produto de grande escala e sucesso mundial: o Lead 110, com injeção eletrônica de combustível e freios combinados.

Promoveu também um dos lançamentos mais esperados de 2009: a CB 300R, substituta da CBX 250 Twister, que havia saído de linha no fim de 2008 por não atender ao Promot 3. O motor, de mesma arquitetura, teve sua capacidade aumentada e ganhou injeção eletrônica. Com desenho inspirado nas nakeds de maior cilindrada da marca, a CB 300R logo caiu na graça do público. De quebra, a montador lançou a XRE 300, com o mesmo motor, para substituir a XR 250 Tornado e NX4 Falcon. Outra inovação em termos de desenho e com o tão pedido freio a disco na traseira.

Outro fato marcante, porém mundialmente, foi a realização da TT-XGP, a primeira prova com motocicletas ecologicamente corretas do planeta. E o palco para um acontecimento tão importante não poderia ser mais adequado, a “Meca” das corridas de moto, a Ilha de Man, palco de uma das mais antigas e famosas provas do mundo. Pioneira, a TTXGP teve uma volta no circuito de 60,72 Km de extensão. Para o idealizador da competição ecológica, o empresário inglês Azhar Hussain, as motocicletas elétricas serão a porta de entrada para equipes e pilotos para a próxima geração do esporte a motor.

Julho

O mês de julho começou com o anúncio da parceria entre a brasileira Dafra e a TVS Motor Company, uma das maiores fabricantes de motocicletas da Índia. O acordo prevê a fabricação de motos TVS em Manaus (AM). Para o presidente da TVS, Hardip Singh Goindi, o Brasil é um mercado muito importante, já que é o quinto maior do mundo. “Nossa intenção é oferecer produtos de alta tecnologia e que satisfaça o motociclista brasileiro”, conta Goindi. A primeira motocicleta fruto da aliança seria uma street com apelo esportivo, a Apache RTR 150, apresentada no Salão Duas Rodas em outubro.

Outra data marcante para os amantes de motocicletas foi o aniversário de 40 anos do filme “Sem Destino”, com Peter Fonda em Dennis Hopper, que estreou em julho de 1969 nos cinemas norte-americanos. Um dos ícones da contracultura nos anos 60. O longa-metragem transformou definitivamente a motocicleta em ícone de liberdade.

Como uma forma de celebrar a efeméride, julho registrou o melhor resultado em vendas de motocicletas neste ano. Foram emplacados 143.720 veículos de duas rodas, um crescimento de quase 7% se comparado junho. Pena que o viés de crescimento não se confirmou.

Agosto

Em agosto, entrou em vigor a lei que regulamentou a profissão de motofrete e mototaxista no Brasil. Sancionada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva, em 29 de julho, a lei impôs diversas regras ao exercício da profissão, como por exemplo, idade mínima de 21 anos completos; dois anos de Carteira Nacional de Habilitação na categoria “A”, ou seja, motocicleta, além de habilitação em curso especializado. Versa também sobre a motocicleta que deverá ser usada pelo profissional. A primeira exigência é registro na categoria “aluguel”, isto é, placa vermelha. As motos também deverão contar com alguns dispositivos de segurança, como: mata-cachorro e antenas corta-pipa, além de baú específico com faixas refletivas.

Enquanto os profissionais ganhavam reconhecimento, os motociclistas por lazer recebiam como novidade uma nova naked de média cilindrada: a BMW F 800 R. Equipada com um motor de dois cilindros em linha, a F 800 R era mais uma aposta da marca para aumentar a participação no mercado brasileiro.

Setembro

Enquanto acontecia na cidade de Chongqing, na China, a maior feira de motos daquele país, por aqui a brasileira Dafra assinava mais um acordo internacional. Dessa vez com a líder de vendas na China, a Haojue, que também fabrica as motos Suzuki no gigante asiático. O primeiro produto desta união é o scooter Smart 125. O modelo está equipado com motor monocilíndrico, OHC (comando simples no cabeçote) de 124,6 cm3, alimentado por sistema de injeção eletrônica. A Dafra também marcava sua entrada no segmento CUB e apresentou a Zig 100, com câmbio rotativo e preço atraente para brigar com a Honda Biz 125.


A Honda, por sua vez, mostrava sua preocupação com a segurança dos motociclistas e apresentou em setembro a linha de 300 cc – CB 300R e XRE 300 – equipada com freios ABS combinados. Projetados especialmente para esses modelos de baixa cilindrada, o novo sistema de freios garante frenagens mais controladas e seguras. Outra tacada da marca japonesa foi a ampliação de sua linha de motores bicombustíveis para a trail NXR 150 Bros e para a CG 150 Mix EX, top de linha da família CG.

Outubro

Outubro foi um mês de festa para o mercado de motocicletas. Entre 7 e 12 daquele mês aconteceu o maior evento do setor no Brasil e na América Latina, a 10ª edição do Salão Duas Rodas. De volta ao principal centro de exposições de São Paulo (SP), o Pavilhão do Anhembi, o salão reuniu 443 expositores e trouxe diversos lançamentos: entre eles a nova Yamaha V-Max, a Kawasaki ZX-10R, a Ducati 696, entre outros. Destaque também para a Kasinski, que tinha sido adquirida pela empresa sino-brasileira CR-Zongshen e lançou seis modelos no Salão.

Para os motociclistas diversas novidades em equipamentos, além de muita atração, como shows de wheeling e simuladores. Com o recorde de 240.000 visitantes, a Abraciclo, associação do setor, contaminada pelo otimismo, previu que as vendas de motos voltariam a subir até o final de 2009, o que, infelizmente, não aconteceu.

Enquanto no Brasil, o setor de motos festejava, nos Estados Unidos a crise financeira fazia suas vítimas. A Harley-Davidson anunciou em meados de outubro que paralisaria a produção das motos Buell. Sonho de seu criador, Erik Buell, a Harley alegou problemas financeiras e simplesmente fechou as portas da inovadora marca de motos esportivas. Recentemente, correm boatos de que Erik Buell não parou de sonhar e vai vender uma versão de pista da esportiva 1125R sob encomenda, o único modelo que não usava motor Harley e sim Rotax.

Novembro

A maior feira de motos do planeta, o Salão de Milão (ITA), que aconteceu entre 10 a 15 de novembro, foi marcado pela ausência de Honda e Yamaha. Aproveitando o vacilo das montadoras nipônicas, as marcas européias deitaram e rolaram. Destaque para a Ducati Multistrada 1200, nova big-trail italiana criada para brigar de igual para igual com a alemã BMW R 1200 GS. O penúltimo mês também registrou a estréia das motocicletas elétricas da californiana Zero no Brasil. Elogiados no exterior, os modelos da Zero inovam por ter uma bateria mais potente e com maior autonomia. Com desempenho satisfatório, poderiam ser uma alternativa limpa para o transporte diário, não fosse o preço proibitivo dos modelos importados pelo Grupo Izzo.

Enquanto, aqui no Brasil, a novidade eram motos que elétricas com alguns kilowatts de potência, em Portugal a BMW lançava para a imprensa mundial a sua nova superesportiva S 1000 RR. Equipada com um motor de quatro cilindros em linha e ainda mais potente que as japonesas, todos os jornalistas e pilotos que testaram a moto no autódromo de Portimão, no sul de Portugal, teceram diversos elogios não só ao desempenho, mas também à tecnologia do modelo.

Dezembro

Em 14 de dezembro, outra parceria da Dafra, desta vez com a alemã BMW, dava seu primeiro fruto: saía da linha de montagem da fábrica brasileira em Manaus, a primeira moto BMW montada fora da Europa. O acordo prevê que a Dafra monte, sob supervisão da BMW, no sistema CKD, o modelo G 650 GS. Porém toda a comercialização, garantia e pós-venda será feita pela marca alemã. A trail monocilíndrica vai chegar às concessionárias em fevereiro com freio ABS de série e preço de R$ 29.800.

Apesar do clima natalino no ar, os fabricantes de motocicletas não tinham muito a comemorar: anunciaram no início do mês que 2009 terminará com queda de 26% na produção. O cenário era formado por paralisação na produção e diminuição nas vendas. Oportunidade para pedir uma “mãozinha” ao governo. Na quinta-feira , 17 de dezembro, a notícia que o setor esperava: o ministro da Fazendo Guido Mantega, anunciou o retorno da isenção da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), por 90 dias, para o setor de motocicletas, a partir de janeiro de 2010. Além disso, foram liberados R$ 3 bilhões em linhas de crédito para a compra de motocicletas. Do total investido, R$ 200 milhões são procedentes de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e R$ 2,8 bilhões serão disponibilizados pelas instituições financeiras. “A Abraciclo acredita que esta decisão do Governo Federal junto à Caixa Econômica Federal e ao Banco do Brasil é prova de que o trabalho conjunto entre as entidades e os órgãos competentes traz bons resultados para o setor”, comemorou Paulo Shuiti Takeuchi, presidente da Abraciclo. Um verdadeiro presente de papai Noel para o mercado de duas rodas.